473 AC – (Anno Mundi 3.423) – Artaxerxes I rei da Pérsia
Conforme dados históricos, Artaxerxes I reinou 39 anos. Plutarco, morto em 339 AC, disse a seu respeito que foi “entre todos os reis da Pérsia o mais notável pela gentileza e nobreza de espírito”.
Era cognominado “mão longa”, pois tinha a mão direita mais comprida que a esquerda.
Enfrentou duas grandes revoltas durante seu reinado, a saber, no 4º e 16º anos de governo contra o Egito e Síria respectivamente. No que se refere à sua relação com os judeus, conforme veremos foi bastante generoso.
467 AC – (Anno Mundi 3429) – Esdras retorna a Jerusalém com 1754 pessoas, 76 anos depois de Zorobabel
No 7º ano de Artaxerxes (Ed 7:8), Esdras retornou a Jerusalém com um grupo de 1754 pessoas, somados todos os listados em Ed 8:1-20. A viagem tomou 4 meses (Ed 7:9), contando os dias em que esteve parado no rio Avava (Ed 8:31).
Veio a ocorrer, portanto, no Anno Mundi 3429, 76 anos depois da vinda da primeira leva de exilados com Zorobabel, no Anno Mundi 3353.
467 AC – (Anno Mundi 3429) – os judeus despedem as mulheres estrangeiras
Conforme os capítulos 9 e 10 de Esdras, os judeus que haviam contraído na Pérsia matrimônio com mulheres daquela terra, incluindo levitas, tiveram que abandoná-las.
454 AC – (Anno Mundi 3442) – ordem para a reconstrução de Jerusalém
Todas as datas estabelecidas na Bíblia são importantes. Como já vimos, faltasse uma delas e não nos seria possível calcular as demais. Mas especificamente esta data, o 20º ano de Artaxerxes, ano em que este rei deu a Neemias a ordem para reconstruir Jerusalém nos é muito preciosa, pois é através dela que conseguimos chegar à crucificação de Jesus e conseqüentemente a todas as datas de seu ministério.
Neemias, copeiro de Artaxerxes, gozando da confiança do rei lhe faz uma petição, conforme lemos em NE 2:1-9:
“Sucedeu, pois, no mês de Nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que estava posto vinho diante dele, e eu peguei o vinho e o dei ao rei; porém eu nunca estivera triste diante dele.
E o rei me disse: Por que está triste o teu rosto, pois não estás doente? Não é isto senão tristeza de coração; então temi sobremaneira. E disse ao rei: Viva o rei para sempre! Como não estaria triste o meu rosto, estando a cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sido consumidas as suas portas a fogo?
E o rei me disse: Que me pedes agora? Então orei ao Deus dos céus, E disse ao rei: Se é do agrado do rei, e se o teu servo é aceito em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a reedifique.
Então o rei me disse, estando a rainha assentada junto a ele: Quanto durará a tua viagem, e quando voltarás? E aprouve ao rei enviar-me, apontando-lhe eu um certo tempo.
Disse mais ao rei: Se ao rei parece bem, dêem-se-me cartas para os governadores dalém do rio, para que me permitam passar até que chegue a Judá. Como também uma carta para Asafe, guarda da floresta do rei, para que me dê madeira para cobrir as portas do paço da casa, para o muro da cidade e para a casa em que eu houver de entrar.
E o rei mas deu, segundo a boa mão de Deus sobre mim. Então fui aos governadores dalém do rio, e dei-lhes as cartas do rei; e o rei tinha enviado comigo capitães do exército e cavaleiros.”
Desta forma Neemias partiu para Jerusalém onde pode contemplar os muros que haviam sido destruídos por Nabucodonosor 139 antes.
É interessante ter a noção de que tanto tempo havia se passado e a cidade ainda permanecesse naquele estado avassalador, conforme pode observar o próprio Neemias: “Então lhes disse: Bem vedes vós a miséria em que estamos, que Jerusalém está assolada, e que as suas portas têm sido queimadas a fogo; vinde, pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém, e não sejamos mais um opróbrio.” (NE 2:13)
A exemplo dos problemas que teve Zorobabel quando iniciou as obras de recuperação do Templo, também os teve Neemias com aqueles que agora habitavam a região (Ne 2:18) e queriam impedir a reconstrução dos muros da cidade.
Foi de tal atrevimento a oposição feita contra aqueles que reedificavam os muros e as portas de Jerusalém que houve por bem que Neemias destacasse metade dos homens para vigiar a cidade contra um possível ataque dos inimigos enquanto os demais continuavam os trabalhos (Ne 4:13-16).
Neemias foi governador da Judéia entre os anos 20 e 32 de Artaxerxes, e não é claro nos textos se o rei tomou esta decisão quando Neemias lhe apresentou a petição de ir a Jerusalém ou se foi nomeado pouco mais tarde, como é mais provável, após alguma reflexão por parte do rei (Ne 5:14).
Os muros foram terminados no mês de Elul (Ne 6:15), quinto do calendário judaico, cinqüenta e dois dias depois de iniciada a obra. O texto de Ed 5:15 quando comparado com Ed 6:1 e Ed 7:1 não é claro se apenas os muros foram concluídos na ocasião ou se também os portões foram colocados.
De qualquer maneira, neste ano seguramente os muros e as 9 portas de Jerusalém foram concluídos, portanto, no mesmo ano em que foram começadas as obras, Ano Mundi 3442.